Muitas vezes as dificuldades da falta de coordenação olho-mão são identificadas somente quando a criança entra na fase escolar. Mas essa habilidade é desenvolvida desde o nascimento e você pode aprender como estimulá-la.
Primeiro, vamos entender o que é a coordenação visomotora, ou também conhecida como coordenação olho-mão. Como o nome já sugere, é a integração entre o sistema motor, tanto grosso quanto fino, e a visão. Em outras palavras, a adequada movimentação dos membros (mãos e pés) em resposta aos estímulos e informações captadas pela visão.
Essa integração é bem complexa e envolve vários sistemas relacionados ao neuropsicodesenvolvimento da criança. Se a criança tiver dificuldades, poderá impactar no seu equilíbrio, na sua percepção de espaço, na dificuldade de praticar esportes, em comer sem se sujar, em utilizar objetos como tesoura, lápis e pincel.
É por isso que muitas vezes os sinais de dificuldade são percebidos quando essa criança está em idade escolar. No entanto, essa integração desenvolve-se ao mesmo tempo que o desenvolvimento motor e o desenvolvimento da visão! Ou seja, desde o primeiro dia de vida, essas habilidades estão sendo desenvolvidas e aprimoradas.
Vou apresentar aqui como estimular o desenvolvimento da coordenação visomotora do bebê de 0 até 2 anos. Vale ressaltar que estimular é oferecer o ambiente e as ferramentas necessárias para o bebê, e não ficar realizando exercícios ou um treino com ele. Vamos lá?
De 0-5 meses
- Ofereça brinquedos fáceis de segurar, como os mordedores e chocalhos para ele alcançar e pegar das suas mãos.
- Ofereça brinquedos pendentes no carrinho ou tapete de atividade, como os móbiles, na linha média do olhar e ao seu alcance, para que consiga agarrar e puxar. Dê preferência para brinquedos em alto contraste e cores fortes e vibrantes.
De 6-11 meses
- Os bebês estão começando a entender o conceito de permanência. Mostre um brinquedo e depois o esconda com um pano. O bebê vai querer retirar o pano para encontrá-lo. Ou ainda, esconda o rosto com as mãos e espere o bebê puxar seus dedos para te encontrar.
- Quando o bebê iniciar a introdução alimentar, deixe ele pegar a comida com a mão e levar à boca, ou até à sua boca. Com o tempo, deixe a disposição um talher para que ele tente utilizar como ferramenta.
- Quando começam a rastejar e engatinhar, deixe rolar garrafas e bolas, para que possa empurrá-las com a mão e persegui-las. Atente-se para oferecer brinquedos que se desloquem proporcionalmente à capacidade de movimentação da criança. Se o brinquedo se deslocar para muito longe de si, a criança perderá o interesse.
De 12-17 meses
- Explore a arte! Ofereça a criança tintas apropriadas para pintar com a mão em uma cartolina, no corpo, em azulejos ou vidros. Ofereça também giz ou outros materiais para a criança experimentar diferentes texturas, pegadas e pressões.
- Ofereça brinquedos para construir, empilhar e encaixar, como blocos de montar, potes ou cestos de tamanhos decrescentes, torre de argola, entre outros.
- Ofereça brincadeiras que requerem transferência de objetos de um recipiente com boca mais larga para boca mais estreita, como o kit de cestos e bolas. Esta atividade não se encerra nessa fase. Pode aumentar a quantidade de objetos, a dificuldade, a precisão dos movimentos, etc.
De 18-23 meses
- Exploração visual e tátil. Ofereça livros com texturas diferentes, com pop-up, quietbooks, entre outros.
- Explore diversas brincadeiras com a bola, lançando com a mão ou chutando, em áreas abertas e fechadas, com e sem alvo. Atividades com bola acompanham todo o desenvolvimento.
- Crie variações de brincadeira com transferência como a citada na fase anterior, acrescente critérios, como separar por cor, utilizando pinça, etc. Dificulte utilizando objetos e recipientes progressivamente menores.
São atividades simples, fáceis de aplicar. Os brinquedos, inclusive, podem ser adaptados com materiais que já existam em casa! O importante é entender o que oferecer pra criança em cada fase para que ela consiga explorar e se desenvolver livremente.
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