Até completarem dois anos de idade, os bebês têm uma comunicação verbal bastante limitada. A dificuldade de se comunicar pode gerar muita frustração tanto para os pais quanto para as crianças.
No entanto, pesquisas realizadas a partir da década de 80 demonstraram que bebês conseguem aprender e se comunicar utilizando a Língua de Sinais!
Na verdade, essa observação se iniciou ainda no século 19 pelo linguista William Dwight Whitney. Em seu trabalho ele notou que crianças de famílias com pais surdos conseguiam se comunicar a partir dos 6 meses de idade, enquanto bebês da mesma idade de famílias com pais ouvintes continuavam a se comunicar balbuciando e chorando. Mas ele não se aprofundou no assunto e isso só foi redescoberto um século depois.
Então, nos anos 80 o Dr. Joseph Garcia, um intérprete de Língua de Sinais Americana (ASL) observou com seus amigos surdos o mesmo que Whitney. Ele então aprofundou-se no assunto em sua tese de 1986.
A partir disso, abriu uma empresa e passou a ensinar a língua de sinais para crianças com pais ouvintes. Você pode conferir os cursos e livros disponíveis em seu site.
Paralelo ao seu trabalho, no final dos anos 80, as professoras e pesquisadoras Linda Acredolo e Susan Goodwyn iniciaram uma série de pesquisas científicas sobre o assunto, financiadas pelos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos (NIH).
A partir dos seus estudos, elas conseguiram listar benefícios da utilização da língua de sinais, dentre eles:
Reduzir a frustração relacionada à comunicação, tanto do bebê quanto dos pais
Melhorar o vínculo entre pais e bebê
Construir a autoconfiança e promover o desenvolvimento emocional saudável do bebê
Desenvolvimento de vocabulário mais amplo
Acredolo & Goodwyn também publicaram livros e iniciaram sua empresa para promover o ensinamento de bebês.
Se você se animou e tem interesse em praticar essa comunicação com o seu bebê, vou te dar algumas dicas para começar:
1- Caso o seu bebê não tenha deficiência auditiva, você não precisa se preocupar em utilizar um código padronizado, como a ASL ou a LIBRAS. Você pode criar o seu próprio código com a criança, desde que seja constante e intuitivo.
2- Comece ensinando de 3 a 5 sinais de palavras frequentes, como: comer, dormir, mais, leite/mamar.
3- Use os sinais sempre que usar as palavras para o bebê aprender as associações.
4- Só aumente o número de palavras quando ele já conseguir realizar as anteriores.
ATENÇÃO! Ao contrário do que possa pensar, a utilização de sinais pode facilitar o desenvolvimento da linguagem verbal, não retardá-lo!
Existem diversos livros que ensinam Língua de Sinais para Bebês, a maioria deles são norte-americanos e, portanto utilizam a ASL. Você pode encontrá-los nos sites do Dr. Joseph Garcia e das professoras Acredolo & Goodwyn citados acima. Você também encontra a versão traduzida deles em algumas livrarias e lojas.
Quer algo mais prático sem precisar se aprofundar muito? Te sugiro então acompanhar o perfil do Instagram da Dra Fernanda Rios. Ela ensina vários sinais na página Mãozinhas que Falam e oferece workshop online.
Não deixe de conferir nossos outros artigos que falam sobre a linguagem dos bebês!
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