Bem-vindo à nossa Rede de Afeto: esse espaço virtual de escuta, de afeto e de conexão; um lugar pra conhecermos as histórias de diversas mães e conversarmos sobre as particularidades de cada uma.
Em cada conexão conversamos com uma mulher diferente. São conversas maravilhosas e geralmente longas! A conversa com a nossa última convidada, a Diana, foi tão rica que achei interessante dividi-la em partes e evitar edições que deixariam relatos incríveis de fora. Acho que é justo, já que mãe de 3 crianças tem história em triplo pra contar! Hehehehehe.
Então, essa é a terceira e última parte da nossa conversa, onde falamos sobre sua experiência em maternar três crianças, afinal sabemos que cada filho tem uma mãe diferente.
Se você ainda não leu o começo da nossa conversa, sugiro que volte e acompanhe o desenrolar: na primeira parte falamos sobre os partos, e na segunda parte sobre seu maternar enquanto uma estudante de medicina (os posts anteriores podem ser acessados no final desta página).
Se você já leu os anteriores, prepare seu chazinho, sente-se confortavelmente, abra seu coração e vem com a gente!
A gente falou um pouco sobre a diferença entre as 3 gestações, ou os três partos pelo menos, mas eu acho muito interessante esse entendimento de que cada filho novo é uma nova maternidade, tudo novo, a gestação é nova, a criação deles é nova. Você é uma pessoa diferente a cada filho que tem. Enfim, eu queria saber um pouco como foi essa experiência pra ti.
Bom, o primeiro filho é aquela aventura total. Eu não tinha tido contato com crianças assim antes. Eu não tinha primos pequenos, não tinha sobrinhas, não tinha muito contato com crianças na minha vida. Eu nem imaginava o que me esperava.
Quando me falavam assim: "ah, não dormi a noite inteira" ou "bah, não consigo nem fazer xixi", eu pensava que era força de expressão, óbvio! Pra mim era óbvio. E quando ele nasceu... meu deus do céu. Foi difícil, principalmente os primeiros 15 dias. Mas eu gosto de desafios. E quando ele nasceu, tinha aquele questionamento se eu ia trancar a faculdade ou desistir do curso. Eu disse que ia conseguir, que ia dar certo. Isso me motivou.
Ainda bem que ele nasceu nas férias também. Todos eles nasceram nas férias. Então, deu aquele tempo pra eu assimilar as coisas e tal. Mas foi muito difícil, principalmente na questão do sono. Eu não esperava que seria tão horrível. Exaustivo. A segunda, a Ana Lívia, a gente já estava programando ter ela, né? Só que ela veio antes do que a gente tava programando. Quer dizer, a gente já queria ter mais filhos, o susto do primeiro foi grande, mas não fez a gente desistir de ter mais.
Mas tu já queria, desde antes, ter filhos e que fosse mais de um?
Sim, sempre quis ter mais. A gente já falava em 3 mesmo. E eu não queria que tivesse muita diferença de tempo entre os filhos, eu queria que eles crescessem juntos, sendo amiguinhos. E não queria ter só um, né? Daí a gente já tava programando o segundo. E a experiência do segundo filho é totalmente diferente do primeiro, porque não tem mais novidade. Tu tem novidade, mas não é AQUELA novidade.
Não é um choque de realidade.
É, muitas coisas que mudam com a vinda de um filho, elas continuam diferentes quando vem o segundo, né? Então, por exemplo, a questão da rotina com a criança, de acordar... o segundo já entra na rotina do primeiro. Não tem aquela novidade de ter que fazer a rotina. A rotina já está posta, né? As coisas que tu abriu mão pra ter um filho, tu já abriu mão. Tu vai ter que abrir mão de repente de mais alguma coisinha, mas o essencial, o grande, que é dormir a noite inteira, sair quando quiser, a liberdade, essas coisas, tu já abriu mão.
É bem mais fácil o segundo. E o terceiro é quase pé nas costas. Risos. Não, brincadeira! Mas é bem mais... eu sinto que eu aproveito muito mais a maternidade com o terceiro, coisas que eu vejo ele aprendendo, que eu vejo no desenvolvimento dele, que eu não lembro de ver do primeiro. Eu olho pra ele e penso: “Nossa, mas eu não lembro quando o Timóteo aprendeu isso. Eu não lembro dessa fase do Timóteo.”.
Eu acho que eu curto muito mais agora o terceiro, porque no primeiro tem muito aquela cobrança de querer fazer tudo perfeito, não quero errar nada, aquela utopia. Jura que tu não vai errar nada, né? Eu brigava mais com o marido, com a mãe, porque eu lia, ia atrás de informação e queria fazer as coisas de um certo jeito, a comida e não sei o quê. Eu era muito caxias, não conseguia abrir mão de algumas coisas pra evitar estresse ou coisa assim. Não, eu quero fazer o certo. E agora, eu tenho aquelas coisas que eu não abro mão, tipo doce até os dois anos não, de jeito nenhum. Mas eu consigo relevar algumas coisas, sabe? Não tem problema fazer ele dormir no colo.
Vamos com calma, eu sei que vai passar essa fase. Porque, no primeiro, tu acha que não vai passar nunca mais. Tu acha que ele vai ser um bebê pra sempre, que tu tá presa naquilo ali. E agora eu vejo que vai passar tão rápido, que eu só quero aproveitar. É bem diferente. A minha primeira maternidade foi mais pesada no início e agora eu consigo levar com bem mais leveza. Bem mais tranquilo. Acho que essa é a diferença principal.
Eu entendo. A gente coloca muito peso em algumas escolhas como se elas fossem impactar o resto da vida, como uma escolha irreversível. É tudo ou nada. Eu faço muito isso e imagino que com o primeiro filho deve ter muito isso.
Totalmente. É bem essa diferença. Agora, com o terceiro, não é que eu não dou importância pras coisas. Eu dou importância, mas eu sei pesar qual é o risco e o benefício. Porque muitas vezes, no primeiro, tu não pesa o benefício de saúde mental, por exemplo, ao flexibilizar alguma coisa. Por exemplo, ver desenho. Eu não quero, eu não gosto de deixar eles verem desenho. A gente evita ao máximo. Até os dois anos, zero tela.
Mas, hoje, o Timóteo e Ana Lívia tem 5 e 3 anos, o que que é melhor? Eu tô ali cansada e eu preciso fazer alguma coisa. Eles estão muito agitados, é melhor eu deixar eles vendo desenho pra eu conseguir fazer aquilo que eu preciso fazer, ou é melhor não deixar ver nada, mas daqui a pouco eu vou estar brigando com eles, gritando, ou agindo de uma forma que eu não gostaria? Então assim, tem que pesar outras coisas e não só aquela decisão em si.
E as tuas gestações foram tranquilas?
Foram tranquilas as três, nenhuma doença. Foram gestações de risco habitual. A terceira foi um pouco mais puxada, com dor nas pernas e até por isso que eu fui pra fisio pélvica e ajudou bastante. Mas todas bem tranquilas assim.
Teve uma questão com a amamentação, que é importante. O primeiro, o Timóteo, nasceu, veio pro peito, começou a mamar e deu. Não tive problema nenhum. Era até difícil pra mim entender as mulheres que tinham tanto problema com a amamentação. Tipo assim: "Nossa, mas como, né? Pra mim foi tão fácil!". E aí o terceiro, que foi o Estevão, nasceu e não mamava. Ele não conseguia pegar o meu peito direito. Acho que foi um mês pra ele começar a pegar de verdade.
E daí eu fiquei pensando que se fosse o primeiro, acho que eu não ia conseguir amamentar. Só consegui porque era o terceiro já. Já sabia como é que era e já tinha estudado um pouco também. Porque eu lembro que pro primeiro eu não estudei nada sobre amamentação. Nada, nada, não sabia nada. Bem louco. E daí eu amamentei o primeiro até 1 ano e 2 meses, a Ana Lívia até dois anos e o Estevão agora ainda tá mamando, mas ele agora eu já quero tentar desmamar porque é puxado.
Ah, imagino! E tu foi na sequência, né? Desde o primeiro, tu não parou de amamentar até agora...
Ou eu tava grávida ou eu tava amamentando. Ou os dois, né? Eu tive, entre o Timóteo e a Ana Lívia, eu tive 4 meses de intervalo não amamentando. E entre a Ana Lívia e o Estevão foi 6 meses de intervalo. Mas eu já tava grávida, né? Quando eu parei de amamentar o Timóteo, eu já tava grávida da Ana Lívia e quando eu parei de amamentar a Ana Lívia, eu tava grávida do Estevão. Então ou eu estava grávida, ou amamentando ou os dois. Nunca estava nada.
Que trabalho intenso! Como que é a relação entre eles como irmãos? Tu falou no começo que desejava que eles fossem amigos, que brincassem.
O Timóteo e a Ana Lívia são muito próximos, né? Um ano e meio de diferença. E ela começou a andar muito cedo, ela começou a andar com 9 meses. Então, ela começou cedo a conseguir interagir um pouco mais com ele, de ir atrás, de correr, de ir ver o que ele estava fazendo. E eu sempre incentivei bastante essa relação, de deixar mesmo mexer no irmão, não ficar com medo de machucar.
Às vezes as pessoas que estavam junto falavam: “Nossa, mas tu vai deixar eles fazerem isso?”. Até hoje é assim quando estão pegando o Estevão. Tem que deixar, né? Porque senão eles ficam com medo e evitam o contato. Então, quando ela tinha quase dois, ela começou a brincar mais, começou a conversar, começou a querer historinha e, agora, é muito lindinho de ver eles brincando. Eles brincam de bonequinha, de brincadeiras de faz de conta. É muito fofo! Eles são parceirinhos, estão o tempo todo juntos brincando. Tem briga também, né? Claro. Mas assim é muito fofo ver eles brincando. E agora o Estevão começou a andar, com um ano. Agora eles começaram a interagir um pouquinho mais.
E foi muito lindo a forma que eles receberam o Estevão, porque como ele nasceu em casa, eu não fiquei fora por dois dias, né? A minha preocupação quando a Ana Lívia nasceu era isso: que eu ia pro hospital, ia ficar dois dias internada, ia ficar longe do Timóteo, que tinha um ano e meio. Pensei: “Ah, coitadinho! O que que ele vai sentir?”. E daí eu chego em casa com um bebê no colo. Ele mal entende que tem um bebê dentro da minha barriga, né? Mas ele foi pro hospital, e ele pegou ela no colo no primeiro dia e tal.
Agora, tendo recebido o Estevão em casa e eles viram o nenê nascer e também tinham mais idade pra entender. A Ana Lívia tinha dois e meio, então ela já entendia que tinha um bebê na minha barriga, que o nenê ia nascer e tal. E nossa, foi lindo quando eles viram o Estevão e começaram nos primeiros dias a entender que tinha vindo um bebezinho novo. Foi muito gostoso.
Interessante essa distribuição, intercalado meninas e meninos, porque se fosse, por exemplo, os dois mais velhos meninos e a caçula menina, talvez tivesse uma separação na brincadeira. Me parece que assim fica mais homogêneo. Essa questão do gênero não pega tanto.
Eu gostei dessa configuração, porque todo mundo me dizia: “Ah, o filho do meio sempre sofre porque ele não é nem o mais velho e nem o caçula.”. Só que ela é a menina. Então, cada um tem a sua coisa especial: o mais velho, o caçulinha e a menina. Eu achei essa configuração bem especial.
Só que eu, Diana, sempre quis ter uma irmã, né? Eu tenho um irmão, um ano e meio mais velho, que nem a Ana Lívia e o Timóteo. E aí eu fico pensando que é uma pena que ela não vai ter uma irmãzinha. Por enquanto. Risos. Acho que tá bom essa configuração. Acho que paramos por aí mesmo. É muito bom.
Sei lá, se eu pudesse ter mais rede de apoio, ou se minha família fosse maior, se eu tivesse mais primas, porque minha família não é daqui de Porto Alegre, então dificulta, ou se meu irmão tivesse mais filhos, se eu tivesse numa comunidade, numa cidade menor, de repente eu teria mais filhos, sabe? Mas assim acho que não. Porque eu acho que a maternidade tem muito essa coisa da comunidade.
Hoje, principalmente nas cidades grandes, é uma coisa muito solitária, né? É uma coisa que eu senti muito na primeira gestação, a solidão. Porque, entre as minhas amigas, eu era a primeira que tinha filho, que eu tive nova, com 25 anos. Daí eu ia pra faculdade, todo mundo bem novinho, e ninguém nem pensava em ter filho. Eu senti bastante essa questão da solidão. Mas não uma solidão física. Tinham pessoas a minha volta, tinham pessoas que me visitavam, mas aquela solidão de não ter uma pessoa que tá passando pela mesma fase que tu, sabe?
Antigamente as pessoas viviam mais em comunidade, as mulheres viviam mais juntas, tavam sempre com a prima, uma visitando a outra, viviam perto, as casas eram próximas. Hoje a gente fica cada um dentro do seu apartamento, não sabe nem quem é o vizinho da porta do lado, né? Então, perdeu um pouco isso. As pessoas dizem que a maternidade é muito difícil. É muito difícil, mas eu acho que ela é mais difícil ainda no contexto de cidade grande, no contexto de cada um no seu quadrado.
E agora tu tem outras pessoas?
Agora sim. Agora tem várias colegas até da faculdade e do colégio que tiveram filhos. E aí começou a pipocar um monte de gente conhecida tendo filhos uns dois anos depois que eu tive o Timóteo. Ali pelos 30 anos, a galera começou a ter mais filhos. Daí é mais fácil. Mas também eu fui atrás de mais amizades. Tem umas três vizinhas aqui que são bem amigas minhas e a gente vai no parquinho e conhece pessoas e começa amizade e tal. Facilita, né?
E os teus filhos tem personalidades muito diferentes?
Sim, muito. O Timóteo é distraidão, pra ele tudo que importa é relacionamento. Ele gosta de estar conversando contigo o tempo inteiro. Talvez por ser o primeiro filho, também, ele é mais dependente emocionalmente da gente. Ele quer estar o tempo inteiro junto, conversando. Tu tá conversando e ele quer participar da conversa, ele quer entender o que a gente tá falando.
A Ana Lívia não, ela é mais independentezona, é mais assim: eu me basto. Se ela quer brincar sozinha, ela brinca sozinha. Desde pequenininha: ela pegava os livrinhos, sentava no sofá e ficava lendo pra ela sozinha e vendo as figuras e tal. O Timóteo não. Ele fica até com ela assim: "Mana, vamo brinca comigo. Brinca comigo, mana, por favor.".
E o Estevão tá naquela coisa, não dá pra ver muito bem ainda, mas ele é bem... engraçado, o Estevão é bem o caçula mesmo. Risos. Ele é dengoso. Se tu fala com a voz um pouco mais firme, ele já abre o berreiro, faz beiço. Fica sentido, fica magoado. Aquele choro de mágoa. Uma coisa que os outros dois não tinham.
E o Timóteo e a Ana Lívia, eu vejo muito pela amamentação… no momento de dar mamar tu percebe muita coisa da criança. O Timóteo e a Ana Lívia, se estavam com fome, eles vinham pro peito e mamavam, não interessa o que estava acontecendo na volta. Podia cair o mundo e eles estavam mamando. O Estevão não. O Estevão tem que estar no escuro, tem que estar em silêncio. Se tiver uma pessoa e ela falar comigo, ele já se distrai, já solta o peito e tu paga tetinha, entendeu?
Antes do Estevão, eu não entendia quando eu ia dar mama pro Timóteo ou pra Ana Lívia e as pessoas queriam sair e me deixar amamentando sozinha. E eu: “Não, podemos continuar conversando, não tem problema.”. Eu não entendia porque as pessoas queriam me deixar. E agora com o Estevão, eu entendo porque ele se distrai muito, muito, muito. Qualquer coisinha.
Uma vez eu tava lá num plantão da GO, 12h e o Felipe foi levar ele pra eu amamentar. Eu amamentava na sala de aleitamento materno que tem lá no banco de leite. Eu tinha meia hora pra amamentar ele. Daí o Felipe levou ele, comecei a dar mamá e ele ficava soltando o peito. E era uma sala fechada, não tinha janela, mas tinha uma flor estampada na parede. Uma flor. E ele ficava olhando praquela flor. E eu: “Filho, vamos mamar, meu filho.”. E ele olhava pra flor. Tive que apagar a luz do quarto. Ainda bem que eu tava sozinha na sala. Tive que apagar a luz pra ficar tudo bem escuro, daí ele mamou. De tão distraído, sabe? Engraçado, a gente vai percebendo as pouquinhas coisas assim.
E que curioso tu ter essa diferença entre as amamentações: os dois primeiros amamentarem tranquilo e o terceiro ter mais dificuldade, né? Como essas coisas são muito particulares da relação mãe-criança, independente do peito, independente do histórico, ..
É.. eu já queria ter três, mas quando eu via as pessoas que tinham, por exemplo, um casal e depois mais um, eu pensava: “Ué, mas porque que ela quis ter mais um? Já tem um menino e já tem uma menina, não tem novidade.”. Risos. Agora eu penso: “Nossa, como é diferente cada filho que vem!”. Não tem como tu dizer: ”Já tive um de cada um, não quero mais ter.”, cada filho que vem é um universo totalmente diferente. É uma possibilidade nova.
Às vezes eu fico pensando: “Tá, eu não vou ter mais filhos, mas… e se eu tivesse, como ele seria? Ai, tadinho, não vai vir? Será que ele seria mais parecido comigo? Que jeitinho que ele teria?”. Tu fica pensando assim, né? É muito lindo tu poder trazer uma pessoa pro mundo. E se eu resolver não ter mais filhos, essa pessoa não vai existir!
E pra encaminhar essa conversa pro final, gostaria de saber das tuas referências: tem alguma pessoa que tu admira e que tu usa como referência pra sua maternidade, ou algum lugar que tu gosta de buscar informação, alguém que tu se identifica e gosta de acompanhar?
Tem. A minha mãe, com certeza. O que ela puder fazer, o que tiver ao alcance dela, ela vai fazer. Ela é muito dedicada. Então, com certeza a minha mãe é uma referência muito importante pra mim, de doação. Ela não mede esforços pra ajudar. E ela também se entregou pra maternidade. Se entregou não quer dizer que a pessoa vai desistir de tudo da vida, mas é uma pessoa que tava fazendo com intenção aquilo, né? E não tava deixando só passar a vida. Ela tava dando o seu melhor.
E de acompanhar, eu gosto bastante de alguns perfis no Instagram. Mas não tem nenhum que eu diga, esse aqui e ponto final. Eu vou pinçando coisas aleatórias de alguns perfis. Tem perfis, por exemplo, que eu amo uma certa perspectiva, mas tem uma outra coisa que ela fala que não bate com o que eu penso.
Tem um perfil cristão, que é “Educação no Lar”, que eles falam bastante sobre como educar bons hábitos, como ensinar a criança a ter um caráter. Isso pra mim é muito importante, mas tem outras coisas que eles falam que eu já não concordo muito.
Tem as nutricionistas que eu gosto de seguir bastante. Alimentação é uma coisa difícil, é uma coisa que eu achava que não ia ser tão difícil, mas agora tá sendo com o Timóteo. Eles vão ficando mais velhos e vão ficando seletivos, né? E tu faz tudo certinho, e aí tu fica se perguntando onde que errou. Não era pra tá comendo brócolis? Não tá comendo brócolis! Risos.
E outros dois perfis que eu recomendaria são o da Dra. Jannuzzi e da escritora Rafaela Carvalho. Acho que a pegada delas sobre maternidade mais leve é muito importante.
Acho que é bastante desesperador quando experimenta tudo quando é criança e depois começa a rejeitar as coisas e tu fica: “Em que momento essa criança parou de gostar disso!?”.
Exato! Comia brócolis. Com dois anos a gente falava a "arvorezinha do Titi". Todo mundo falava que o brócolis era a arvorezinha do Titi. E agora não quer comer brócolis. Como assim? Começa ali uma seletividade com 2-3 anos. Mas, fora isso, não tem nenhum perfil, não tem ninguém assim que eu queira ser como essa pessoa.
Tu falou que foi encontrando outros amigos, outras pessoas e fazendo novas amizades. Você tem pessoas com quem você consegue conversar, que são alinhadas com a tua visão de maternidade, ou essa bolha é mais restrita?
Tem ambientes que eu tô inserida que eu me sinto bem ETzinha, sabe? Tem ambiente que tu vai e que as crianças comem todo tipo de coisa. É principalmente essa questão da alimentação que aparece pra mim. Não tem como. Tu tá num círculo social, o que as pessoas fazem juntas é comer. E aí teu filho vai lá e não come pirulito, não come bala, e aí tu fica achando que é a chata da história.
Mas tem outros círculos que eu participo, que são mais constantes, que eu me sinto bem. É claro que às vezes até a gente não concorda totalmente em alguma coisa, mas a gente sabe e tudo bem. Não gera aquele constrangimento pra convivência. Continua convivendo bem. Por que tem, tem realmente alguns ambientes que tu não tem como ficar.
Encerramos aqui a nossa “trilogia”. Fico tão feliz que você tenha acompanhado todo o nosso papo!
Eu não sou mãe, mas sou a filha do meio de três irmãos e me identifico muito com essa conversa!
E se ela também te tocou em algum lugar, sinta-se à vontade pra deixar seu comentário aqui embaixo, claro com carinho e respeito! Você também nos encontra nas redes sociais (tem link no rodapé da página)!
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